Terça-feira 11

Instantâneo CaixaResearch: beta-amiloide, um elemento-chave nas fases iniciais da doença de Alzheimer

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A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência e, apesar do seu enorme impacto, ainda não existe uma cura efetiva. O seu impacto na sociedade é enorme e estima-se que, em 2050, o número de casos de Alzheimer irá triplicar, passando dos atuais 1,2 milhões de casos em Espanha para 3,6 milhões de doentes. À medida que a doença avança, ocorre uma neurodegeneração progressiva que afeta não só a memória da pessoa, mas também a capacidade de se relacionar com os outros e até a própria identidade.

Durante anos, acreditou-se que os danos cerebrais associados à doença de Alzheimer, especialmente em regiões essenciais para a memória, ocorriam apenas quando duas proteínas estavam presentes: a beta-amiloide e a tau. No entanto, esta hipótese pode estar prestes a mudar.

Um estudo do Barcelonaβeta Brain Research Center (BBRC), centro de investigação da Fundação Pasqual Maragall, permitiu verificar que a acumulação de beta-amiloide pode, por si só, causar danos cerebrais nas fases iniciais da doença. A descoberta, publicada na revista Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association, foi possível graças às amostras de líquido cefalorraquidiano de 360 voluntários do Estudo Alfa, que conta com o apoio da Fundação ”la Caixa”, bem como à utilização de imagens de ressonância magnética de alta resolução.

Os resultados sugerem que a acumulação de beta-amiloide (tal como se vê na imagem) pode ser um indicador precoce de alterações estruturais no cérebro e de uma possível perda de memória antes do aparecimento de sintomas evidentes da doença. A proteína parece afetar diretamente o hipocampo, uma região-chave para a memória, pelo que atuar precocemente sobre a beta-amiloide poderá reduzir, de forma significativa, os riscos associados à doença de Alzheimer.

«Esta descoberta sublinha a importância da deteção precoce e da prevenção. Também reforça a necessidade de serem realizados ensaios clínicos dirigidos a pessoas com perfis de risco antes de a doença de Alzheimer começar a manifestar-se», explica Raffaele Cacciaglia, investigador do BBRC e líder do estudo. Saiba mais acerca do estudo neste thread do X.

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