O rasto invisível dos microplásticos
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“Embora o depositemos no contentor certo, a maior parte do plástico produzido no mundo acaba em aterros sanitários, sendo reciclado menos de 10%. Com a ação do sol, do vento e das ondas, este fragmenta-se, libertando microplásticos para o meio ambiente”, explica Emma Calikanzaros, investigadora na área da epidemiologia ambiental e dos microplásticos.
Estes plásticos minúsculos, que também se desprendem de produtos têxteis e cosméticos, viajam pelos rios, pelo mar e pelo ar. Estudá-los não é tarefa fácil, pois são partículas de 0,1 a 5 milímetros, muito distintas em termos de formato, tamanho e composição. “Ainda não existem métodos padronizados a nível global para medir a sua concentração, mas é necessário desenvolvê-los. Estima-se que as emissões anuais de microplásticos – entre 10 e 40 milhões de toneladas – dupliquem até 2040”, explica Emma.
Emma Calikanzaros, investigadora na área da epidemiologia ambiental e dos microplásticos.
Emma é investigadora no Instituto de Salud Global de Barcelona (ISGlobal), centro de investigação que conta com o apoio da Fundação ”la Caixa”, e está a debruçar-se sobre os efeitos dos microplásticos na saúde. “Foram encontrados em diferentes tecidos e órgãos humanos, como o sangue, a placenta, o fígado e os rins, o que significa que podem viajar pelo corpo. Sabemos que podem ter efeitos prejudiciais em células in vitro e em modelos animais. Agora, os esforços centram-se em compreender como a exposição crónica a estes poluentes nos afeta”, diz Emma.
Se quiser saber como os plásticos, os seus fragmentos e até os seus aditivos afetam a nossa saúde, de que forma podemos lidar com esta situação e quais são os avanços científicos que estão a abrir caminho nesse sentido, não perca, no blogue dos Bolseiros da Fundação ”la Caixa”, o artigo completo com Emma Calikanzaros e Daniel Gutiérrez, bolseiro da Fundação e especialista em poluentes ambientais e saúde humana.